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Criúva tem sombra, água fresca e aventura!
Reportagem do Caravana esteve em Criúva e desvendou os segredos do pequeno distrito localizado na Serra Gaúcha
O pequeno distrito de Criúva, sempre apresentado à sombra de Caxias do Sul, é um gigante no que se refere a respeito ao meio ambiente, acolhimento aos turistas, ecoturismo e turismo de aventura.
Com seus rios, quedas d’água, campos e cânions, Criúva (que significa “morada dos grilos” e também é o nome de uma árvore muito comum na região) é o lugar ideal para quem quer interagir com a natureza e apreciar as belezas da Serra Gaúcha.
O distrito já foi caminho dos tropeiros, que levavam mulas de São Jorge da Mulada até o sul de São Paulo, onde eram vendidas principalmente para as fazendas de café.
Mais tarde chegaram os portugueses, trazendo a pecuária e os italianos, agricultores, que trouxeram muitos de seus costumes ao local.
“Criúva é um povoado brasileiro que sobrevive numa região que tenta ser italiana”, explica o escritor Luiz Antônio Alves, em seu livro ‘Criúva, um povoado brasileiro’.
A estrada dos tropeiros foi extinguida pelo chamado “desenvolvimento”. A construção da BR116 e o consequente aumento do número de assaltos fizeram com que os viajantes abandonassem as travessias.
Mas ainda hoje muitas famílias locais contam histórias de seus antepassados ferreiros, que um dia encontraram ali, no caminho dos tropeiros, uma ótima oportunidade de negócio.
Atualmente, os mais velhos continuam com suas lavouras e criações de gado. Entre os mais jovens, apenas uma parcela mínima se interessa pelos costumes serranos e toca as terras da família. Já a maioria sai do distrito em busca de trabalho nas cidades maiores.
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Com apenas 252 habitantes em sua área urbana, Criúva ocupa apenas um pedacinho do Rio Grande do Sul. A região tem um clima diferente, onde todos se conhecem. Não há trânsito ou semáforos e não há o ruído da vida moderna para competir com os sons da natureza.
E o que já parece bom é ainda melhor. A coleta de lixo busca apenas o material reciclável e aquilo que não é orgânico, tudo devidamente separado pelos próprios moradores.
O lixo orgânico deve ser compostado, portanto é usado mais tarde como adubo nos jardins e pomares das próprias residências.
Há apenas uma agência de turismo no local, a Criúva Casa Verde, aberta por uma família que acreditou no potencial turístico apresentado.
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“A maioria das pessoas não enxerga o turismo como uma boa oportunidade. Nós acreditamos e estamos prontos para atender os turistas que buscam contemplar a natureza e se divertir na Serra Gaúca”, diz Guadalupe, proprietária da agência.
O local tem muito a oferecer aos turistas. Os mais calmos podem curtir a cavalgada na Fazenda Morro Agudo, com direito a belas paisagens da serra, e aproveitar para relaxar.
Já os mais aventureiros têm opções de sobra na região.
O rapel na Ponte do Korff é imperdível. A descida de 25 metros no vão da ponte de ferro que passa sobre o Rio das Antas é uma deliciosa aventura.
Quer mais? O outro palco é o Cânion dos Palanquinhos, a aproximadamente 30km da vila, que proporciona um rapel de 65 metros em seu paredão de basalto.
Após a descida, caminha-se pelo cânion cerca de uma hora para sair dele. É uma deliciosa aventura. No entanto, reserve um dia menos frio para esta atividade.
Canionismo dita o ritmo
Voltando à Criúva pode-se ainda fazer uma parada em São Jorge da Mulada para conhecer a belíssima Cachoeira da Mulada.
O carro fica parado bem próximo ao local e, após uma caminhada leve de 20 minutos, vemos do alto a cachoeira e toda sua magnitude.
O canionismo é mesmo o ponto forte de Criúva. Para quem tem energia e espírito aventureiro, a Grota da Pina é a atividade certa.
O trajeto de pouco mais que seis horas passa por cinco rapéis e dois saltos, além dos outros obstáculos naturais no leito do rio que vão se revelando durante a caminhada, com trechos onde a água chega até o pescoço e belas cachoeiras.
Mas não pense que as noites são menos animadas, a operadora local oferece um programa bem diferente para fechar o dia com chave de ouro: a trilha noturna na mata.
Sem luzes artificiais e guiados apenas por um fio metálico, o trajeto de apenas 600m revela uma nova perspectiva sobre o local. Privados da visão devido à escuridão, outros sentidos ficam mais aguçados e percebe-se claramente que a natureza nunca adormece.
Novos sons, novas sensações e, ao final, o delicioso jantar tropeiro.
A refeição, fiel à feita pelos tropeiros, oferece arroz mateiro (que é um arroz com carne de gado desfiada), linguiça na brasa, queijo derretido, pão e vinho artesanal.
Ao final, café de chaleira e paçoca de amendoim, chamada ali de “farinha de cachorro”, para adoçar uma das noites mais silenciosas que alguém pode ter.
Seja pra descansar, seja pra se aventurar, Criúva será sempre uma opção perfeita. Visite e descubra porque o local é conhecido como a “capital da tranquilidade”.
Comentários
Interessante cidade, não conhecia. Demais!